O que é o Open Insurance e as principais dúvidas sobre ele

Do jeito como estava, com processos burocráticos e nada ágeis, dificilmente o mercado de seguros conseguiria atingir um público maior, como acontece atualmente. As coisas mudaram da água para o vinho com a consolidação da insurtech, modelo de negócio que representa a chegada da transformação digital no setor. Agora, outra novidade ganha os holofotes: o Open Insurance (Sistema de Seguros Aberto).

A partir das insurtechs, as pessoas perceberam que contratar e gerenciar a contratação de um seguro também poderia ser algo simples, intuitivo e online. Na prática, os consumidores ganharam um formato que proporciona as mesmas facilidades que eles já haviam experimentado com as fintechs, por exemplo.

Nessa mesma onda de mudanças positivas, marcada principalmente pela expansão do seguro online, é que temos o projeto do Open Insurance. Mas do que se trata exatamente e quais são seus benefícios para empresas e clientes?

Descubra as informações mais importantes sobre o assunto a partir de agora!

O que é Open Insurance e seu objetivo?

O Open Insurance é um mecanismo desenvolvido para que os segurados autorizem o compartilhamento de seus dados pessoais (informações cadastrais, contratos, apólices etc.) entre diferentes empresas de seguros. Isso, claro, desde que elas estejam devidamente credenciadas junto à SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão que regula o segmento no Brasil.

Mas o Sistema de Seguros Aberto não para por aí, pois ele também contempla a liberação de dados públicos, como aqueles ligados aos serviços e produtos. Aqui, estão igualmente incluídas as informações sobre os próprios corretores.

Em termos estruturais, precisamos prestar atenção às bases que sustentam a criação do Open Insurance:

• ampliação da inovação aberta (Open Innovation) — em vez de manter tudo sob sigilo absoluto, a proposta da inovação aberta é justamente a busca conjunta de soluções, inclusive entre concorrentes;
• incremento das experiências digitais — o mundo online não pede passagem, ele simplesmente segue seu curso. Cabe às empresas se adaptarem a essa nova realidade. No ramo de seguros, um exemplo é a diversificação dos serviços assistenciais;
• remodelação dos tipos de negócios — em meio a essa profunda transformação, a inovação disruptiva aparece para lembrar que sempre é possível alterar um formato de negócio, deixando-o mais simples, conveniente e acessível.

Por meio do novo dispositivo proposto, um dos objetivos, assim como já acontece com o Open Banking, é fomentar a competitividade e a transparência entre as organizações seguradoras. Ao mesmo tempo, a ideia também consiste em aumentar a acessibilidade dos consumidores aos tipos de seguro disponíveis.

Como ele funciona, na prática?

Funciona via participação contínua de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) criadas especificamente para atender às necessidades do Open Insurance. Para resumir a história, API nada mais é do que uma “ponte” encarregada de estabelecer contato e liberar o fluxo de dados entre plataformas, sistemas, softwares ou aplicativos.

Quando você acessa sites via utilização de uma conta de e-mail, por exemplo, o login só é concretizado após uma rápida troca de informações entre os sistemas envolvidos. Basicamente, é assim que o Sistema de Seguros Aberto funcionará.

Plenamente ativo, o modelo fará com que as seguradoras tenham acesso livre (com base no que foi consentido pelo usuário) aos produtos contratados por consumidores nos concorrentes. Como contrapartida pelo compartilhamento dos seus dados, os clientes ganham mais autonomia e maior poder de escolha.

Quais são seus desafios?

Sem dúvida alguma, o maior desafio é a garantia de que organizações e clientes terão à disposição um ambiente online totalmente seguro. Esse cuidado é essencial para evitar a ocorrência de ações fraudulentas.

Para isso, são necessários protocolos de checagem com elevado grau de automação e exatidão. O ideal é que as consultas sejam finalizadas rapidamente após a verificação da autenticidade em bancos de dados públicos e privados.

Soma-se a isso a responsabilidade vinculada ao tratamento adequado desses dados, conforme rege a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Em resumo, isso significa que a proteção do ambiente utilizado para a troca de informações é somente uma parte do processo.

Ainda é, portanto, indispensável considerar o que exatamente está liberado para ser compartilhado. Antes disso, entretanto, vale a pena observar que, quando falamos em tratamento de dados, estamos nos referindo às etapas de coleta, guarda, gerenciamento e, por fim, compartilhamento.

Repare, então, que a questão não se restringe a constatar se há ou não consentimento por parte do usuário para que suas informações sejam repassadas adiante.

Outro obstáculo importante relacionado à implementação do Open Insurance se refere à padronização das APIs adotadas. A fluidez da comunicação estabelecida entre elas deve ser acompanhada em paralelo por uma gestão precisa quanto ao consentimento do repasse de dados.

Quais as suas fases?

A fim de organizar melhor os processos, o Open Insurance foi dividido em 3 fases:

• 1ª (entre dezembro de 2021 e junho de 2022) — neste primeiro estágio, o projeto está dedicado aos dados públicos das soluções das seguradoras e dos canais de atendimento;
• 2ª (entre setembro de 2022 e junho de 2023) — é nesse período que entrará em vigência o compartilhamento dos dados pessoais dos usuários;
• 3ª (a partir de dezembro de 2022 até junho de 2023) — período marca a efetivação de todo o ecossistema.

Quais serão seus impactos no mercado de seguros?

De um lado, as empresas terão uma base maior de informações para conceber estratégias realmente alinhadas às necessidades de seus potenciais clientes.

A partir da análise de um produto já contratado pelo cliente com uma concorrente, fica mais fácil pensar em uma contraproposta que faça sentido para o público-alvo almejado. Assim, a tendência é que você receba apenas soluções que, de fato, interessam e não o façam perder tempo.

Enquanto isso, você, consumidor, terá a expectativa de receber ofertas personalizadas de duas, três ou mais companhias de seguros. A partir daí, basta fazer um comparativo e fechar negócio com a solução que for mais atrativa e inovadora, como o seguro sob demanda.

Por fim, outro ponto que merece sua atenção é a conexão entre o Open Insurance e o Open Banking — que, entre outras coisas, facilita o acesso a empréstimos para autônomos, por exemplo. Isso porque ambos serão incorporados pelo chamado Open Finance.

No último, o intuito é estender o compartilhamento de dados financeiros entre diferentes instituições, e não apenas entre bancos convencionais e fintechs. Dessa forma, o Open Insurance será o membro de um amplo ecossistema, que visa promover uma profunda integração entre as empresas participantes e seus clientes. No fim das contas, todo mundo sai ganhando.

E você, está preparado para aproveitar os benefícios do Open Insurance? Comente aqui embaixo para a gente o que você achou dessa novidade!